No ritimo dos sons mais estranhos do mundo...

Por Guilherme “Caniço”

Domingo, 07 de setembro
Há exatos 186 anos, no sétimo dia, do nono mês, do ano de 1822, o Príncipe-regente do Brasil, D. Pedro de Alcântara, cavalgava com suas tropas pela província de São Paulo próximo às margens do riacho do Ipiranga quando uma forte dor de barriga o fez realizar uma parada inesperada. Sentou-se numa espécie de “penico real” e deu aquele grito... de alívio, o Grito do Ipiranga!

Antônio José Santana Martins, nascido na cidade de Irará, mais conhecido como Tom Zé, é um compositor, cantor e arranjador baiano que vive em São Paulo a mais de 30 anos. Tom Zé é uma figuraça, louco somos nós. Em seu novo disco, Danç-Êh-Sá, as músicas não possuem letras. Isso mesmo, elas são cantadas com grunhidos e onomatopéias: Uau-Uai, Ah-Ah-Atchim, Triú-triii... e Cara-cuá são algumas canções encontradas no disco.

Outro dia, expliquei para minha filha que a palavra escrita ou oral não são as únicas formas possíveis de comunicação. Ela me olhou com uma cara estranha, provavelmente pensando que eu era maluco, quando pus o dedo indicador esticado na frente da boca e perguntei: “O que isso quer dizer?”. “Silêncio!” – disse ela rindo de satisfação. Reforcei o bate-papo instrutivo referindo-me aos diversos gestos e símbolos presentes no nosso dia, como por exemplo, o proibido fumar...

Teve ainda uma vez, por agora, recente... no calor das Olimpíadas de Beijing. Divagava sobre como é difícil compreender o Mandarin. Todas aquelas “letras” estranhas, lidas de cima para baixo e da direita para esquerda... Quando atinei para os multi-significados que podem haver para uma única palavra no meu idioma, o português... questão de ponto de vista, de perspectiva.

O fato é que tudo comunica algo, saber ler e compreender são outros quinhentos.

Vocês devem estar perguntando o quê tem de futebol nessa prosopopéia toda. Alguns já devem desconfiar aonde quero ir. Pedirei ajuda a Freud (e a Tom Zé) para descobrir o significado de determinados sons, gritos, zunidos, grunhidos, etc., como manifestação inconsciente do subconsciente de alguns barulhentos.

Tem um lá que... todo domingo, mas todo domingo mesmo... repete uma sinfonia de urros e sussurros. “Vai, vaai, vaaaaiii...”, “Aqui, aqui... aí nããão!!!” “Vai, vaaai, Uuuuuiii...”, “Aaaaiii...”, “Vai, Vaaai porra!!!” - coloca a mão na sintura, aperta os lábios, respira fundo e recomeça tudo novo. São gritos meio eróticos, provavelmente (segundo Freud) das lembranças do tempo bom... das aventuras sexuais. Tempo da solteirice, quando comia todas, atingindo uma marca histórica de mais de quinhentas... Estamos recontando para lançar a campanha das “1.000 boladas”, para o caso de não a ter alcançado ainda. Realizaremos uma varredura extensa nas ruas da cidade, catando candidatas em cada esquina ou beco, na orla, com peruca ou sem, com peito natural ou siliconado, de luxo ou do lixo, com triângulo e círculo ou mesmo apenas com círculo... (com relação ao retângulo dessas aí, prefiro deixar a decisão com o próprio, pois nem de retângulo entendo).

Ai, ai... Ui ui Uuuuuiii...

E foi assim que começou setembro...

No Carecão, 17 gols, dois gols de Reina em cima de Edcilvio, quatro artilheiros da semana (com destaque para o baixinho Anselmo), Opah levando mais gols do que Fabão, Ari batendo até na sombra, a ausência de Otto (provavelmente por rouquidão) e os retornos de Marquinhos e Domingos. Teve também a participação de João Pedro, filho do colega Jadir.

Os “encarceradores da pelota” atuaram de forma exemplar, cobravam escanteio e corriam para cabecear... uma coisa de louco, só vendo pra crer.

Aquele abraço...

Deixa de barulho!

Times:
1- Antônio José, Silvan e Ari; Nilson, Pedrinho e Alexandre
2- Jutahy, Evanildo e Everaldo; Anselmo, Allan e Val
3- Edcilvio, Marquinhos e Sérgio; Caniço, Serginho e Domingos

PS: Imagine se nas margens do Ipiranga existisse aquela placa do início... estaríamos até hoje presos a Portugal... Vai um laxante? Ahahahhahaa, hehehehhee, kkkkkkkkkkkkkk, hihihii, rsrsrs...